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6 dicas para criar filhos anti-racistas

No mundo de hoje, é mais importante do que nunca que as crianças aprendam a aceitar e apreciar a diversidade. E os pais podem ajudar – e muito. Sabemos que gostaríamos de pensar que, em nossa sociedade cada vez mais multicultural, todos estão criando uma geração de crianças tolerantes, não-preconceituosas e imparciais. Afinal, elas estão crescendo em um mundo onde figuras poderosas vêm de todas as origens étnicas, onde telas de TV e filmes são preenchidas com um arco-íris de modelos e onde lições de tolerância e celebrações da diversidade fazem parte da maioria dos currículos, até na pré-escola. E isso é bom!

Nessa onda, velhas atitudes morrem com força – ainda bem! Entretanto, apesar de o racismo ser menos aceito hoje do que há uma geração, ele ainda existe, infelizmente. O dever dos pais é criar essa consciência nos seus filhos para que o racismo, enfim, acabe. Afinal, as crianças são rápidas em entender os preconceitos de seus pais – mesmo que sejam transmitidos de maneiras sutis e não ditas.

Pensando nisso, separamos seis dicas dos especialistas da Parents para se criar filhos conscientes sobre a diversidade.

Dicas para criar filhos conscientes da diversidade

1. Reconheça as diferenças.

Por volta dos 4 anos de idade, as crianças começam a perceber que algumas pessoas parecem ou não fisicamente com elas. Isso pode começar a suscitar em perguntas como: “Por que a pele dela é mais escura que a minha?” ou “Por que não tenho cabelos lisos assim?” Nisso, os pais às vezes entram em pânico quando ouvem esse tipo de pergunta. Contudo, lembre-se que as crianças são naturalmente curiosas e estão simplesmente tentando aprender sobre o mundo.

A melhor resposta é simplesmente explicar que as pessoas têm todas as cores, formas, tamanhos e ideias. Tentar explicar demais pode sinalizar que há algo errado com a diversidade. A mensagem que você deseja enviar é que, embora as pessoas possam parecer diferentes por fora, elas são todas iguais por dentro e merecem nosso amor e respeito.

Use analogias que uma criança possa entender facilmente, como cores de sorvete – apesar de diferentes, todos são gostosos!

2. Seja um modelo positivo.

A maioria de nós sabe que é errado usar termos depreciativos para descrever qualquer grupo étnico, mas a verdade é que muitas pessoas escorregam de vez em quando, murmurando uma ofensa racial contra um mau motorista ou generalizando sobre uma minoria étnica. Além disso, estudos mostram que mesmo as pessoas que não expressam seus preconceitos ainda podem tê-los de forma “oculta”. Portanto, investigue seu próprio comportamento para ver quais mensagens sutis você pode estar enviando para o seu filho.

Você ri ao invés de protestar quando alguém conta uma piada culturalmente insensível? Você tranca a porta quando passa por determinados bairros? Você imita sotaques étnicos para tentar ser engraçado? Você pode não querer rebaixar ninguém, mas uma criança pode certamente ter uma impressão errada. Aliás, é melhor rever esses tipos de piadas.

3. Converse sobre intolerância.

As crianças costumam aprender a estereotipar com base no que veem na televisão. E essas imagens se arraigam cedo: até desenhos animados voltados para crianças pequenas mostram vilões com nomes e feições estrangeiros e lindas princesas loiras e caucasianas. Quando vir um estereótipo negativo na mídia, aponte para as crianças e informe-as que você acha que está errado.

Às vezes, seu filho pode fazer generalizações e dizer coisas como: “Todas as crianças negras da minha escola são boas no basquete” ou “Apenas as crianças asiáticas se inscrevem no clube de matemática”. Quando isso acontecer, ressalte que, apenas porque algumas pessoas de uma determinada etnia se comportam de uma certa maneira, você não pode supor que todos nesse grupo se comportam da mesma forma.

Tente encontrar exemplos que desafiam o estereótipo. Informe seu filho que nunca é uma boa ideia fazer generalizações sobre pessoas com base em raça ou cultura – mesmo quando positivas.

4. Incentive a empatia.

As crianças que podem se colocar no lugar de outra pessoa têm menos probabilidade de criticar os outros por serem “diferentes” deles. Converse com seu filho sobre como ele acha que seria se ele fosse julgado por sua aparência física, pelo jeito de se vestir ou de falar.

Pergunte como ele se sentiria se as pessoas fossem más com ele simplesmente por causa do formato de seus olhos, pela igreja que frequenta ou pela descendência de seus pais. Você pode ter essas discussões com crianças de 3 e 4 anos, se você mantiver os conceitos básicos e uma linguagem simples.

5. Exponha seu filho à diversidade.

Hoje, as crianças estão crescendo em uma sociedade diversa – e isso é ótimo! Quanto mais cedo se sentirem confortáveis ​​com pessoas de outras etnias, mais preparadas estarão para o futuro e vão ver que o racismo é um absurdo.

É mais difícil se você mora em uma comunidade homogênea, mas você deve fazer um esforço conjunto para expor as crianças à diversidade. Leve-os a restaurantes étnicos, vá a exposições de museus e eventos culturais e leia livros comemorando outras culturas. Mostre que não há “eles” e “nós”. Todos somos um.

6. Não tolere nenhum tipo de preconceito.

O ponto principal é que você precisa ensinar às crianças que todas as pessoas, apesar de suas diferenças, merecem respeito. Se você ignora ou simplesmente não se opõe a qualquer tipo de fanatismo, está enviando ao seu filho a mensagem de que não há problema em se sentir superior a certos grupos. Para criar uma criança tolerante, você precisa ajudá-la a aprender a valorizar todos como seres humanos.

Por isso, se seu filho fizer qualquer piada sobre a origem, a cor da pele, a orientação sexual ou qualquer que for a discriminação, só há uma saída: a não tolerância.

Entender a diversidade é saber que todos merecem respeito

A mudança no macro começa no micro. Isso significa que aprender sobre a diversidade e criar um mundo livre de racismo só é possível se começamos dentro de casa. Não tolerando piadas de colegas, familiares ou mesmo do nosso filho. Qual é o mundo que queremos amanhã?

Falando nisso, um podcast que pode ajudar ainda mais nessa jornada contra o racismo!