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Depoimento: Como lidar com a alergia alimentar?

Imagine o estresse de criar um filho que pode entrar em choque – ou pior – simplesmente por comer a coisa errada. Quando nosso filho possui algum tipo de alergia, é preciso ficar atento, não tem como.

Duas em cada 25 crianças têm alergia alimentar e mais de um terço delas sofre reações graves. Isso significa que um número impressionante de pais deve se preocupar todos os dias sobre como proteger seus filhos de ameaças que nem sempre são tão óbvias. Esses relatos em primeira mão fornecem uma janela para os desafios emocionais de ter uma criança altamente alérgica – exatamente como aquelas que podem vir a sua casa para brincar.

Algumas mães deram uma entrevista para a revista The Parents, uma das mais respeitadas quando o assunto é criança e jornalismo, para compartilhar suas experiências com filhos que possuem alergias alimentares.

“Eu não sabia o que fazer com a alergia do meu filho”

Um pequeno pedaço de frango quase custou a vida da minha filha mais velha. Estávamos visitando parentes nas férias de 2013 e eu dei a Virginia, que tinha 4 anos, permissão para provar o que minha tia estava cozinhando. Não me passou pela cabeça que o frango pudesse ser mergulhado em ovos, aos quais Virginia é alérgica. Ela também é gravemente alérgica a amendoim, nozes, camarão, soja e gergelim. Quase imediatamente, ela começou a ter problemas para respirar, teve urticária e continuou dizendo: “Mamãe, acho que preciso ir ao hospital”. Eu dei Benadryl a seus filhos e ela inalou seu tratamento com nebulizador para manter suas vias aéreas abertas. “Podemos lidar com isso sem usar a EpiPen dela”, pensei. Olhando para trás, eu negava a gravidade de sua reação alérgica.

Virginia vomitou no caminho para casa, mas depois se sentiu melhor. Achei que o episódio havia acabado – até que ela me acordou no meio da noite e disse, com uma voz rouca: “Mamãe, não consigo respirar”. Liguei para o 911 (SAMU). A ambulância nos levou às pressas para o hospital, onde ela foi tratada por horas antes de receber alta. Como eu não dei a Virginia uma injeção de EpiPen imediatamente, a reação se tornou mais severa. Ela acabou com pneumonia, que exigiu antibióticos intravenosos. Fiquei com o coração partido ao vê-la tão fraca e pálida, e foi um grande alerta para mim.

Depois disso, penduramos um lembrete “Não se esqueça do Epi” na parte interna da nossa porta da frente

Embora o pediatra de Virginia tivesse diagnosticado suas alergias alimentares aos 9 meses, eu nunca realmente entendi o perigo de anafilaxia antes desse dia. Depois disso, penduramos um lembrete “Não se esqueça do Epi” na parte interna da nossa porta da frente e uma placa “Casa sem Nozes” do lado de fora (já que as nozes são particularmente suscetíveis de causar uma reação alérgica grave e, ao contrário dos ovos , pode contaminar um ambiente circundante). Eu bani todos os produtos que continham nozes ou gergelim de nossa casa.

Agora não vou confiar em um alimento embalado até que chame o fabricante para confirmar que ele é produzido em uma instalação sem nozes. Minha irmã (que também é nossa babá), meu pai e minha sogra moram nas proximidades e também mantêm “casas seguras”. Eles são treinados para identificar anafilaxia e usar um EpiPen (caneta para injetar remédio), o que nos faz sentir apoiados.

Reviravoltas

Chicken Allergy Allison Villafane-Kaplan and Daughter Virginia

No entanto, não posso dizer o mesmo para o mundo exterior, onde perigos espreitam por toda parte. Nosso médico enfatizou a importância de limpar as mãos de Virginia regularmente quando ela estiver em público. Eu sou a mãe maluca em parques e áreas de lazer internas, esfregando equipamentos com lenços umedecidos e limpando as mãos da minha filha um milhão de vezes. Se virmos crianças comendo nozes, vamos embora. Até ir ao cinema dá trabalho. Chego muito cedo, então Virginia consegue um assento no corredor e eu coloco uma capa descartável sobre sua cadeira.

Felizmente, as alergias alimentares podem ser qualificadas como deficiência sob a lei federal, então Virginia é elegível para assistência especial em sua escola pública sob o que é chamado de Plano Seção 504. Um ajudante a acompanha, limpando as superfícies e carregando seu remédio apenas para garantir.

A sala de aula e a mesa de almoço da Virgínia são livres de nozes, assim como os almoços quentes da escola. Estava nervosa de que as crianças podem embalar nozes de casa, mas seria devastador para a Virgínia ter que comer em outro lugar.

Deixar Virginia viver uma vida plena significa assumir alguns riscos, mas tento minimizá-los. Compramos um piano para que ela pudesse ter aulas em casa, em vez de em um teclado compartilhado. Os encontros estão sempre em nossa casa. Ajuda o fato de suas irmãs – Emma, ​​6, e Abby, 4 – serem suas amigas mais próximas. No verão após sua primeira reação anafilática, Virginia teve mais duas – depois de comer um biscoito e um sanduíche de sorvete que achávamos seguros. Virginia pediu a Emma para segurar sua mão durante as injeções. Ela escreve histórias e inventa canções retratando Emma como a heroína, salvando-a de um monstro com alergia alimentar. Mesmo assim, ela se sente deixada de lado quando vê crianças em uma festa de aniversário comendo bolo de sorvete. Trazer um cupcake de casa não é a mesma coisa.

As lições sobre a alergia

Eu sinto uma tonelada de culpa sempre que ela tem uma reação – e quando ela diz: “Mamãe, tenho medo de morrer jovem.” Ser um forte defensor dela me ajudou a lidar com isso. Infelizmente, meus esforços às vezes caem em ouvidos surdos. “Você deveria estudar em casa”, algumas mães insensíveis me disseram. Mas garantir que ela receba os cuidados adequados tem sido fortalecedor. O mesmo aconteceu com a criação de um programa de conscientização sobre alergia alimentar na escola. Às vezes, esse projeto exige que eu participe de reuniões noturnas.

Quando conto para as meninas onde estive, Virginia sempre sorri. Ela se sente segura em saber que sua mãe está fazendo tudo o que pode para protegê-la.

Como ajudar as crianças a manterem um peso saudável

Na década passada, as crianças latinas tornaram-se as mais obesas da América. O aumento constante da obesidade em crianças é uma tendência preocupante, principalmente no Brasil. Cerca de 15% delas sofrem de problemas de obesidade e outras 14% estão com sobrepeso. A questão comum, então, é saber como ajudar as crianças a manterem um peso saudável.

O problema é maior do que se imagina

Quando as crianças estão acima do peso, toda a sua qualidade de vida fica comprometida. No curto prazo, as crianças com excesso de peso têm mais chance de desenvolver diabetes e outros problemas de saúde, como respiratórios e articulares. A longo prazo, elas correm um alto risco de se tornarem adultos pouco saudáveis e com – muitas – enfermidades, como hipertensão, colesterol alto, problemas cardiovasculares e etc.

Sob essa perspectiva, fica evidente que é imprescindível a necessidade ajudar as crianças a manterem um peso saudável desde os primeiros anos de vida. Se algumas não querem comer bem (já demos dicas sobre isso aqui), outras podem ter a tendência de querer comer demais.

A chave é o equilíbrio. Para isso, separamos algumas dicas que vão te ajudar nessa missão.

Como ajudar as crianças a manterem um peso saudável

Busque conhecimento sobre o assunto.

O primeiro passo sempre começa por nós, adultos. Lidar com problemas de peso começa com a conscientização. Pode ser difícil para uma mãe amorosa ver alguma coisa errada com uma criança de bochechas redondas e bem alimentada. Uma pesquisa americana identificou que os pais tendem a achar que há algum problema apenas quando seu filho já está com obesidade. Por isso, fique de olho: meu filho engordou muito? Ele anda comendo muita besteira?

Para não ter dúvidas, opte por visitar um pediatra regularmente. Quanto mais cedo identificado um problema com o peso que afete a saúde, mais rápido é o tratamento.

Limite as porções e use pratos menores.

Os pais e outros membros da família também precisam aprender que não há problema – é saudável, até – negar às crianças segundas porções e guloseimas extras. “Em nossa cultura, a comida é uma maneira de expressar o amor”, diz o médico Fernando Mendoza, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, para a revista Parents. “Servir em pratos menores, do tamanho de saladas, é uma boa saída para diminuir a quantidade total de alimentos sem as crianças acharem que estão comendo pouco “, acrescenta.

Os utensílios de mesa para crianças também ajudarão com outro hábito culturalmente enraizado: forçar as crianças a terminar tudo o que estiver no prato. Se seu filho comeu sem problemas e se sentiu satisfeito, não o force a terminar.

Reduza a oferta de doces.

Em um estudo de 2009, pesquisadores da Baylor College of Medicine do Texas descobriram que duas em cada três crianças latinas tinham em pelo menos uma refeição diária alimentos e bebidas como pizza, batatas fritas, sobremesas, hambúrgueres, refrigerantes ou suco industrializado. Quase sempre esses alimentos refletiam a dieta dos pais ou como uma forma de recompensa.

Por isso, se o seu filho pedir biscoitos, em vez de apenas dizer não, você pode perguntar:” Você prefere comer uma maçã ou abacaxi?”. Mostre que as frutas também são uma delícia!

Cozinhe com as crianças.

Além de ser uma ótima atividade para fazer em família, vai ensinar o seu filho a ter uma relação mais próxima com a comida, ao invés de compulsiva. Por isso, para ajudar as crianças a manterem um peso saudável, traga-os para a cozinha, para que elas possam cheirar, provar e se envolver. Até crianças em idade pré-escolar podem rasgar alface ou soltar tomate cereja em uma salada. Isso permite que você passe um pouco de tempo extra com seus filhos e os torna mais interessados ​​em criar refeições saudáveis.

Compre de forma mais inteligente. Uma coisa tão simples como uma lista de compras faz grande diferente. Pense o que é realmente necessário para a dispensa. Evite colocar na lista alimentos industrializados, guloseimas, doces e refrigerantes. Além de ajudar na saúde do seu filho, sua conta será menor!

Faça elas se exercitarem.

Passar horas na televisão e no computador é um hábito da Geração Alpha. Para isso não acontecer, é preciso que os pais incentivem seus filhos a fazer outras coisas, principalmente praticar atividades físicas. Assim, você pode matricular seu filho em um curso extracurricular (como judô, futebol, vôlei…), caminhar com ele após as refeições, ir ao parque, andar de bicicleta com ele… Além disso, vai ser super divertido!

Junte-se a outras famílias.

Em um mundo que está cada vez mais verticalizado, onde o núcleo familiar se fecha em apartamentos, a socialização das crianças acaba ocorrendo apenas na escola. Dentro de casa, elas podem começar a ficar ansiosas e, assim, descontarem na comida. Por isso, que tal ir até uma praça, fazer amizade com outras famílias e incentivar seu filho a conhecer outras crianças? Além de ser uma forma de eliminar essa ansiedade, será ótimo para o desenvolvimento sociocognitivo dele.

Um pouco a cada dia, você vai ajudar as crianças a manterem um peso saudável

Começar hoje para colher amanhã. Esse é o mantra que você deve repetir todos os dias. Pode parecer difícil, seu filho vai querer comer uma guloseima aqui, outra acolá. Mas com parcimônia, você vai ajudá-lo a manter um peso saudável e, assim, livrá-lo de muitas mazelas que a obesidade e o sobrepeso podem trazer.

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