Geração Alpha: como lidar?

Se o seu filho(a) tem menos de 9 anos, você já deve ter notado uma predisposição para manter-se sempre conectado. Já consegue usar o celular sozinho, ver os vídeos que quer… Essa é uma das principais características da geração nascida no século XXI. E entender como se distinguem as divisões geracionais ajuda a compreender o impacto sociocultural da passagem do tempo no núcleo familiar e na sociedade. Então, a pergunta que fica é: como lidar com a geração alpha?

Geração Alpha: hiperconectividade é a sua palavra

Em 2010 a Sociedade Americana de Dialetos identificava a palavra “app” como a mais usada. No mesmo ano, nasciam as crianças da geração alpha. Não por acaso, a hiperconectividade é uma das marcas desse grupo. Estimulados à interatividade e acostumados com a presença de telas desde o primeiro dia de vida, os filhos dessa época chegam ao mundo cheio de estímulos tecnológicos.

A disponibilidade de uma grande quantidade de informações redefine os padrões de comportamento até então vistos nas outras gerações.

Entendendo as gerações

Para saber como lidar com a geração alpha, é preciso compreender como ela se modifica das outras que vieram antes. Resumidamente, podemos separar as gerações por:

  • Geração X: nascidos entre 1960 e 1980, eles priorizam os próprios interesses e buscam equilíbrio entre a vida profissional e pessoal;
  • Geração Y: nascidos entre 1980 e 1995, são otimistas, informais e impacientes. A admiração pelo outro surge da competência e não da hierarquia;
  • Geração Z: nascidos entre 1996 e 2010, são conhecidos por serem nativos digitais e tendem a ser inovadores, criativos e conectados. Buscam criar uma cultura mais colaborativa;
  • Geração Alpha: nascidos de 2010 em diante, eles são livres, questionadores, hiperconectados e interagem com a tecnologia desde o nascimento.

Comportamento da Geração Alpha

Um estudo do Gloob, canal focado nessa geração, identificou as principais características da geração alpha. Um dos pontos centrais do estudo compreendeu que para esse grupo há uma necessidade inata de interagir com os meios – afinal, as opções de entretenimento infantil nunca foram tão vastas.

Eles utilizam a internet para explicar e gerar experiências, a televisão para apresentar informações e desenhos e os amigos para validar e gerar status.

Engana-se quem pensa que a televisão foi abandonada por essa geração. A pesquisa do Gloob identificou que 83% das crianças sabem das novidades por meio da televisão e 81% por meio de sites de canais infantis.

Com essa hiperconectividade e acesso fácil à informação, saber como ensinar esse grupo é importante. Os paradigmas são outros e a forma de se passa um aprendizado também. Afinal, se a disponibilidade de informação é ampliada, há outro tipo de problema envolvido: a falta de contato emocional.

Em entrevista para a revista Crescer, o pediatra Cláudio Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, afirma: “Essa é uma geração tecnológica, com o desenvolvimento de algumas habilidades bastante superiores. Porém, o maior problema será em relação a inteligência emocional”. Além disso, o pediatra acredita que na adolescência o principal desafio para essa geração será o desinteresse pelas relações familiares, descumprimento de responsabilidades e problemas de rendimento escolar.

Contudo, com ajuda da família e da escola, é possível mudar esse prognóstico.

Como lidar com a geração alpha

Cada família encontrará uma maneira de lidar com a criança. Entretanto, existem algumas dicas que podem ser seguidas para que seu filho cresça e utilize para seu bem todo o arsenal tecnológico disponível.

  • Imponha limites: evite o contato de seu filho com aparelhos eletrônicos até ele completar 2 anos de idade. Nessa fase o aprendizado deve ser voltado para o social;
  • Uso gradual da tecnologia: não forneça todo o aparato tecnológico disponível de uma vez. A partir dos 3 anos, faça essa inserção de forma gradual.
  • Defina regras: uma das principais características dessa geração é a impulsividade. Por isso, impor regras desde cedo é importante – como, por exemplo, tempo de assistir TV, tempo de fazer a lição de casa e etc.
  • Matricule-o em um curso extracurricular: mostre que há diversão fora das telas. Uma boa alternativa é inscrevê-lo em cursos extracurriculares que o agradem – natação, robótica, música…

Eles vão transformar o mundo…

A realidade tecnológica mudou a forma de se pensar e de se relacionar. O segredo para lidar com essa geração é controlar a quantidade e a qualidade dos estímulos. Uma escola com valores sólidos, amizades interessantes e uma vida que não se baseie apenas em telas: essas são as bases para um crescimento saudável do filho da geração alpha.