O que eu aprendi como mãe na quarentena?
Um relato comovente e verdadeiro que nós, da Casa do Sol, gostaríamos de compartilhar com você sobre o que podemos aprender durante a quarentena.
*Tradução do artigo de Natasha Burton, jornalista americana
Com o Dia das Mães no horizonte, tenho pensado muito em como tive que mudar minha vida diária como mãe, bem como nas expectativas que tenho para mim e para meus filhos. Comemorar o feriado durante uma pandemia parece um pouco estranho. E é fácil listar tudo o que é difícil, desgastante e frustrante sobre a criação de filhos durante esta crise. Há dias em que fico tão emocionada que grito com todo mundo, inclusive com o cachorro. No entanto, os últimos dois meses, embora difíceis e assustadores, também ofereceram alguns momentos esclarecedores. Aqui está o que aprendi e você pode aprender também sobre ser mãe durante a quarentena.
NÃO ESTOU MAIS ANSIOSA SOBRE “SER MÃE”
Olha, tenho sido muito mimada. Normalmente, minha filha de 4 anos está na pré-escola três meios-dias por semana e, durante esse tempo, minha babá cuidava do meu filho de 1 ano para que eu pudesse me concentrar no trabalho – ou seja, eu só estava sozinha com eles durante dois dias inteiros por semana.
E, no entanto, costumava me preocupar muito com aqueles dois dias. Como preencheríamos o tempo? Seríamos capazes de sair de casa entre as duas sonecas do meu filho? Será que uma (ou ambas) crianças vai derreter no meio de uma longa caminhada no carrinho – e se sim, eu poderia chegar em casa carregando uma delas e empurrando a outra? (A resposta é sim, mas por pouco.)
A pandemia derrubou todos esses temores. Estou sozinha com eles cinco dias inteiros por semana, durante oito semanas seguidas. Sem pré-escola. Nem babá. Muito menos avós aparecendo. Embora meu marido esteja em casa em tempo integral agora, ele normalmente não pode assumir o controle no meio de seu dia de trabalho.
Sinto que estou concluindo um treinamento para pais – e isso me deixou mais confiante.
CRUCIAL APRENDER DURANTE A QUARENTENA DE QUE NÃO PRECISAMOS DE MUITO PARA ESTAR FELIZ
Antes da quarentena, levava as crianças ao zoológico, ao playground, ao parque; meu trabalho era mantê-los estimulados e entretidos. Se a previsão fosse de chuva, eu vasculharia o Pinterest em busca de projetos de artesanato para fazer com minha filha ou caixas sensoriais que eu pudesse fazer para meu filho.
Agora, estamos sendo mais engenhosos e economizando dinheiro como resultado. No fim de semana passado, meu marido ensinou minha filha a jogar beisebol usando sua velha raquete de squash e uma bola de brinquedo mole. Agora é sua atividade favorita. Fazemos caminhadas e recolhemos folhas para colar no papel da impressora.
Nós desenhamos fotos para amigos e os enviamos. E, sim, às vezes também ligamos a TV e aproveitamos o cânone educacional do desenho animado que é o PBS Kids. Mesmo sem ter para onde ir e sem suprimentos em apuros, as crianças não ficam entediadas.
EU DEIXEI A SENSAÇÃO DE SER A MÃE CULPADA
Falando em tempo de tela, eu costumava me sentir mal por permitir que minha filha assistisse TV sozinha enquanto meu filho cochilava. Não imaginava que ia aprender algo do tipo durante a quarentena. Afinal, achei que deveria pelo menos sentar com ela, mesmo que estivesse lendo e-mails ou lendo as notícias no meu telefone ao mesmo tempo.
Agora, o tempo dela na TV é minha única chance de sentar e trabalhar. E sabe de uma coisa? Isso é bom. Sim, ela assistiu “Frozen 2” todos os dias nas últimas duas semanas. Mas ela também me fez muitas perguntas ponderadas sobre o enredo (como, por que Sven, a rena, chora quando Kristoff pede Anna em casamento? Dê uma lição de vida sobre lágrimas de felicidade). E, o mais importante, cumpri todos os prazos de trabalho.
EU VOU ASSISTIR MEUS FILHOS CRESCEREM JUNTOS!
Sem escola e sem babá significa que minha filha e meu filho agora passam o dia todo juntos. Embora haja brigas – como quando meu filho rasga o quintal com a adorada tartaruga de pelúcia de sua irmã – eles são realmente unidos. Ela o convoca para bancar o Olaf para sua Elsa, persegue-o pelo quintal (para sua alegria) e insiste em alimentá-lo em todas as refeições. Ele adora cada minuto de sua atenção.
Estar em casa com eles me permitiu ver sua dinâmica crescer e responder melhor às suas necessidades, como quando ele precisa de uma folga de uma partida de luta livre ou quando ela precisa de algum tempo para brincar sozinha com seus brinquedos. Ver o relacionamento deles crescer e evoluir foi um dos maiores presentes de nosso tempo juntos.
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E você, o que aprendeu nessa quarentena?