Quem inventou a coxinha?
Nas festas aqui na Casa do Sol o que não falta é comida e salgados. E um dos cargos-chefes de qualquer festa – seja ela para criança ou adulto – é a coxinha, claro! Não apenas por aqui na Casa do Sol, mas a coxinha parece uma propriedade cultural brasileira. Não importa onde estivermos, principalmente no Sudeste, sempre podemos achar esse salgado. Agora, também encontramos variações para vegetarianos e veganos… Contudo, você sabe quem inventou a coxinha? Afinal, quem pensou em fazer um purê, rechear de frango, empanar e fritar? E porque em formato de gota?
Vem que a gente vai te contar.
Quem inventou a coxinha não foi um(a) brasileiro(a)
Pois é, apesar de ser praticamente uma propriedade cultural brasileira, ao que tudo indica quem inventou a coxinha não foi um brasileiro. Segundo professores de gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, a coxinha é uma adaptação de uma receita francesa (uh lala!). Existem referências de uma receita parecidíssima em uma obra do famoso chef francês Antonin Carême (1784 – 1833), escrita no ano de 1843, em Paris.
Mas para cruzar o oceano e fazer tanto sucesso aqui não levou muito tempo.
A coxinha no Brasil
A história mais famosa sobre quem inventou a coxinha no Brasil é da escritora Nadir Cavazin. Ela conta em seu livro Histórias e Receitas que a coxinha teria sido criada pela primeira vez no Brasil na cidade de Limeira, em São Paulo, no século 19. Nadir conta que:
Diz a lenda que a nobreza imperial escondia um menino na Fazenda Morro Azul. Ele seria filho da Princesa Isabel, herdeira do Império do Brasil, e do Conde D’Eu e seria mantido longe da corte porque era tinha deficiência mental.
Essa criança exigia cuidados intensos na alimentação e era muito “chato” para comer. Ele só comia coxas de galinha. Os outros pedaços da ave, como peito e asas, eram rejeitados e servidos às outras pessoas.
Certa vez, a cozinheira da fazenda não tinha número suficiente de coxas de frango para o menino e, com medo de represálias, resolveu transformar uma galinhada inteira em coxas. Ela preparou uma massa de batatas, desfiou o frango e recriou uma coxinha de galinha. Para a surpresa, o filho da princesa amou o quitute e passou a pedir apenas pela tal “coxinha de galinha”.
Com a fama, até a imperatriz Teresa Cristina teria ido a Limeira para experimentar o famoso quitute adorado pelo neto. Ela gostou tanto que solicitou que o modo de preparo fosse fornecido ao mestre da cozinha imperial, no Rio de Janeiro.
Apesar da história ser boa, não existem documentos oficiais sobre isso. Por isso, surgiu uma outra versão.
A outra versão
No começo da década de 20, em São Paulo, havia uma intensificação da industrialização na região das cidades do ABC Paulista. Os operários precisavam se alimentar bastante e gastando pouco. O usual era fazer o almoço em barraquinhas dos vendedores ambulantes na frente das fábricas, que vendiam pedaços fritos de frango (aparentemente barato): como coxa, sobrecoxa e peito.
Em uma entrevista, o professor de gastronomia Paulo Veríssimo conta:
“O tempo não preservou o nome da pessoa, mas alguém teve a inusitada ideia de desfiar a carne do frango, envolver numa massa de batata, modelar na forma de uma coxa, fritar em óleo quente e em seguida vender em frente às fábricas. Nem precisa comentar que foi um enorme sucesso. E assim foi até a década de 1950, tanto aqui em São Paulo, quanto no Paraná. Na década de 1970, em Belo Horizonte, foi incorporado ao salgadinho o recheio de requeijão cremoso, caindo também no gosto popular
Sim, nós aqui de Minas que colocamos requeijão na coxinha!
A conclusão: quem, afinal, inventou a coxinha?
Bom, não há conclusão. Afinal, existem diversas formas de se fazer o quitute. O importante é que, aqui na Casa do Sol, ela é INACREDITÁVEL.